terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Cinquenta tons de liberdade

Mamãe! Mamãe! Mamãe está dormindo no chão. Ela está adormecida há muito tempo. Eu escovo o
cabelo dela do jeito que ela gosta. Ela não acorda. Eu tento acordá-la. Mamãe! Minha barriga dói. É
fome. Ele não está aqui. Estou com sede. Na cozinha, eu puxo uma cadeira para a pia, e bebo água
de lá. A água respinga no meu suéter azul.
Mamãe ainda está dormindo. Mamãe acorda! Ela não se mexe. Ela está fria.
Eu vou buscar o meu cobertor, e eu cubro a mamãe, e eu deito no tapete verde pegajoso ao lado
dela. Mamãe ainda está dormindo. Eu tenho dois carrinhos de brinquedo. Eles correm pelo chão,
onde a mamãe está dormindo. Eu acho que Mamãe está doente. Eu procuro algo para comer. No
freezer eu acho ervilhas. Elas estão frias. Eu as como lentamente. Eles fazem o meu estômago doer.
Eu durmo ao lado de mamãe. As ervilhas acabaram. No congelador tem algo. Cheira engraçado. Eu o
lambo e minha língua gruda. Eu o como lentamente. Tem um gosto ruim. Eu bebo um pouco de
água. Eu brinco com meus carros, e eu durmo ao lado de mamãe. Mamãe está tão fria, e ela não
acorda. Arrombam a porta Eu cubro a mamãe com o meu cobertorzinho. Ele está aqui. Foda-se. Que
diabos aconteceu aqui? Ah, não, a filha da puta. Merda. Foda-se. Saia da minha frente, seu
merdinha. Ele me chuta, e eu bato minha cabeça no chão. Minha cabeça dói. Ele chama alguém e vai
embora. Ele tranca a porta. Deito-me ao lado de mamãe. Minha cabeça dói.
A policial está aqui. Não. Não. Não. Não me toque. Não me toque. Não me toque. Eu fico do lado da
mamãe. Não. Fique longe de mim. A policial pega meu cobertor, e ela me agarra. Eu grito. Mamãe!
Mamãe! Eu quero a minha mamãe. As palavras se foram. Eu não posso dizer mais nada. Mamãe não
pode me ouvir. Eu não tenho palavras.
"Christian! Christian! "Sua voz é urgente, puxando-o das profundezas de seu pesadelo, as
profundezas do seu desespero. "Eu estou aqui. Eu estou aqui. "
Ele acorda e ela está debruçada sobre ele, agarrando seus ombros, sacudindo-o, seu rosto cheio com
angústia, olhos azuis arregalados e marejados de lágrimas.
"Ana," Sua voz é um sussurro ofegante, o gosto do medo manchando sua boca. "Você está aqui" .   Dowload

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